Caríssimos Irmãos e Irmãs,
A cada semana, na Liturgia Dominical da página Evangelho do Dia no NPDBRASIL (http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm), publico uma pequena explanação de uma parte dos documentos do Concílio Vaticano II, e quando se completa o ciclo eu publico aqui o artigo completo. Assim, apresento aqui os comentários sobre mais um documento:
GRAVISSIMUM EDUCATIONIS: Princípios para a Educação Cristã
Através deste documento o Vaticano II reconhece a importância da educação cristã em todos os tempos e sociedade e estabelece seus fundamentos e diretrizes. Aponta a que compete assegurá-la e a que meios recorrer, destacando sempre as escolas católicas de vários níveis.
Neste sentido, a idéia que perpassa este documento é a de que educar não é simplesmente propor conteúdos externos, mas sim desenvolver de dentro para fora, cultivando o dom da fé, solidificando o processo de humanização e personalização, promovendo a felicidade e a realização pessoal.
Logo no “Proêmio”, o documento destaca que “educar é uma questão urgente” e que esta declaração é fruto de uma atenta consideração à importância da educação cristã e à sua influência no progresso humano e social. Pretende-se assim enunciar alguns princípios fundamentais sobre a educação cristã, algumas linhas operativas, que posteriormente devem ser refletidas e aprofundadas pelos pais, educadores, clérigos.
Depois de salientar o direito universal à educação, o documento prossegue abordando o aspecto da fé com destaque para a catequese e para a família. Os primeiros e principais educadores são os pais, destaca o Concílio. A sociedade civil deve garantir a educação, mas cabe à família escolher como o filho deve ser educado e dar-lhe as primeiras e fundamentais noções sobre a cultura, a fé, o conhecimento, os valores.
Cada vez mais se tem chamado a atenção para a diferença de papéis exercidos pela família e pela escola no processo educativo. É tarefa específica da escola transmitir a cultura, no respeito pela diferença e pela liberdade; e promover uma educação para a inserção na vida social e profissional e para o exercício responsável da cidadania.
Porém, é função da família, enquanto comunidade fundada no amor, educar para o amor e para a fé: transmitir os valores da comunhão, da responsabilidade, da fraternidade, da solidariedade, da sociabilidade, da afetividade, preparando para uma integração social ativa e responsável, sempre respeitadora dos direitos de todos.
A Gravissimum Educationis toca também no tema da educação moral e religiosa nas escolas, destacando que o testemunho de vida é sempre o principal educador. Esta é uma questão muito pertinente e atual que deveria ser refletida com carinho pelos pais e educadores católicos.
O corpo principal do documento conciliar (nn 8 a 12), trata das escolas católicas. Ao longo da história da Igreja a escola teve um papel de destaque, “surgindo sempre como resposta às exigências das classes menos favorecidas do ponto de vista social e econômico” e caracterizando-se “como lugar de educação integral da pessoa humana através de um projeto educativo claro, que tem o seu fundamento em Cristo”, como afirma a Sagrada Congregação para a Educação Católica”.
A declaração conciliar continua descrevendo os tipos de escolas católicas (GE, n.9) e as universidades. “A universidade católica deve efetuar uma presença pública, estável e universal do pensamento cristão em todo o esforço dedicado à promoção da cultura superior” (GE, n. 10). São incentivadas as fundações de Universidades Católicas, que devem ser marcadas pela excelência no ensino e na pesquisa.
O Concílio chama a atenção também para as faculdades de ciências sagradas, pois a elas se confia a educação do futuros sacerdotes e dos professores de religião e moral. Elas tem, por isso, grande responsabilidade. Por fim, faz menção a coordenação das escolas católicas.
Os diversos institutos que têm a educação como carisma específico têm aqui um papel importante, devendo impor-se a fim de dar visibilidade e notoriedade à educação cristã diante de uma sociedade laicizada.
A riqueza principal deste documento é mostrar caminhos para que haja uma educação integral, ou seja, que leve em consideração todas as dimensões do ser humano e favoreça um crescimento saudável e pleno da criança e do jovem. A Igreja tem um papel fundamental na educação, por isso a catequese e as escolas devem apresentar um serviço de excelência, sempre atual no que se refere aos métodos e sólida quanto aos conteúdos e valores.
Dermeval Pereira Neves
Fonte:
Folheto Litúrgico Dominical O Pulsandinho - Diocese de Apucarana - PR
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