domingo, 16 de março de 2014

CONCÍLIO VATICANO II - GRAVISSIMUM EDUCATIONIS

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

A cada semana, na Liturgia Dominical da página Evangelho do Dia no NPDBRASIL (http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm), publico uma pequena explanação de uma parte dos documentos do Concílio Vaticano II, e quando se completa o ciclo eu publico aqui o artigo completo. Assim, apresento aqui os comentários sobre mais um documento:

GRAVISSIMUM EDUCATIONIS: Princípios para a Educação Cristã

Através deste documento o Vaticano II reconhece a importância da educação cristã em todos os tempos e sociedade e estabelece seus fundamentos e diretrizes. Aponta a que compete assegurá-la e a que meios recorrer, destacando sempre as escolas católicas de vários níveis.

Neste sentido, a idéia que perpassa este documento é a de que educar não é simplesmente propor conteúdos externos, mas sim desenvolver de dentro para fora, cultivando o dom da fé, solidificando o processo de humanização e personalização, promovendo a felicidade e a realização pessoal.

Logo no “Proêmio”, o documento destaca que “educar é uma questão urgente” e que esta declaração é fruto de uma atenta consideração à importância da educação cristã e à sua influência no progresso humano e social. Pretende-se assim enunciar alguns princípios fundamentais sobre a educação cristã, algumas linhas operativas, que posteriormente devem ser refletidas e aprofundadas pelos pais, educadores, clérigos.

Depois de salientar o direito universal à educação, o documento prossegue abordando o aspecto da fé com destaque para a catequese e para a família. Os primeiros e principais educadores são os pais, destaca o Concílio. A sociedade civil deve garantir a educação, mas cabe à família escolher como o filho deve ser educado e dar-lhe as primeiras e fundamentais noções sobre a cultura, a fé, o conhecimento, os valores.

Cada vez mais se tem chamado a atenção para a diferença de papéis exercidos pela família e pela escola no processo educativo. É tarefa específica da escola transmitir a cultura, no respeito pela diferença e pela liberdade; e promover uma educação para a inserção na vida social e profissional e para o exercício responsável da cidadania.

Porém, é função da família, enquanto comunidade fundada no amor, educar para o amor e para a fé: transmitir os valores da comunhão, da responsabilidade, da fraternidade, da solidariedade, da sociabilidade, da afetividade, preparando para uma integração social ativa e responsável, sempre respeitadora dos direitos de todos.

A Gravissimum Educationis toca também no tema da educação moral e religiosa nas escolas, destacando que o testemunho de vida é sempre o principal educador. Esta é uma questão muito pertinente e atual que deveria ser refletida com carinho pelos pais e educadores católicos.

O corpo principal do documento conciliar (nn 8 a 12), trata das escolas católicas. Ao longo da história da Igreja a escola teve um papel de destaque, “surgindo sempre como resposta às exigências das classes menos favorecidas do ponto de vista social e econômico” e caracterizando-se “como lugar de educação integral da pessoa humana através de um projeto educativo claro, que tem o seu fundamento em Cristo”, como afirma a Sagrada Congregação para a Educação Católica”.

A declaração conciliar continua descrevendo os tipos de escolas católicas (GE, n.9) e as universidades. “A universidade católica deve efetuar uma presença pública, estável e universal do pensamento cristão em todo o esforço dedicado à promoção da cultura superior” (GE, n. 10). São incentivadas as fundações de Universidades Católicas, que devem ser marcadas pela excelência no ensino e na pesquisa.

O Concílio chama a atenção também para as faculdades de ciências sagradas, pois a elas se confia a educação do futuros sacerdotes e dos professores de religião e moral. Elas tem, por isso, grande responsabilidade. Por fim, faz menção a coordenação das escolas católicas.

Os diversos institutos que têm a educação como carisma específico têm aqui um papel importante, devendo impor-se a fim de dar visibilidade e notoriedade à educação cristã diante de uma sociedade laicizada.

A riqueza principal deste documento é mostrar caminhos para que haja uma educação integral, ou seja, que leve em consideração todas as dimensões do ser humano e favoreça um crescimento saudável e pleno da criança e do jovem. A Igreja tem um papel fundamental na educação, por isso a catequese e as escolas devem apresentar um serviço de excelência, sempre atual no que se refere aos métodos e sólida quanto aos conteúdos e valores.

Dermeval Pereira Neves

Fonte:
Folheto Litúrgico Dominical O Pulsandinho - Diocese de Apucarana - PR
Sugestões e Informações: (43) 3468-1184 edson.zamiro@hotmail.com

terça-feira, 4 de março de 2014

Quaresma: Tempo de Conversão


A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja Católica marca para preparar os fiéis para a grande festa da Páscoa. Durante este período, os seus fiéis são convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum, da esmola e da oração. Ao longo deste período, sobretudo na liturgia do domingo, é feito um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como filhos de Deus.

A Igreja Católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade.

Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma consequência da penitência.

A Campanha da Fraternidade ilumina de modo particular os gestos fundamentais desse tempo litúrgico: a oração, o jejum e a esmola.

Pelo exercício da oração, pessoal e comunitária, as pessoas se tornam sempre mais abertas e disponíveis às iniciativas da ação de Deus.

O jejum e a abstinência de carne expressam a íntima relação existente entre os gestos externos da penitência, mudança de vida e conversão interior.

Precisamos entender de forma apropriada dois pontos principais a respeito do Jejum e Abstinência de Carne:
O Jejum: A igreja recomenda somente dois dias de Jejum - na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa - para cristão acima de sete anos (chamada idade da razão) e que não esteja passando por nenhuma debilidade física, doença ou tratamento que o jejum venha a prejudicar. 
Fazer Jejum não significa ficar totalmente sem alimentação as 24 horas do dia, mas sim deixar de fazer uma das refeições principais, de preferência o almoço. Quem tem maior resistência, pode também fazer um jejum mais acentuado, sem prejuízo da própria saúde. 
Abstinência de Carne: Aqui existe um contrasenso com a recomendação da Igreja: ao longo dos anos tornou-se conveniente fazer a abstinência de carne trocando-a por peixes (salmão, bacalhau e outros peixes deliciosos)... 
Isso não é de maneira alguma uma abstinência, mas sim a troca da carne por um alimento ainda mais gostoso e saudável do que a carne... Onde está então o sacrifício? Em lugar nenhum, pois abster-se da carne nos dias recomendados trata-se de retirar totalmente o que chamamos de "mistura", ou seja, comer apenas o arroz e feijão como o fazem muitos pobres espalhados neste mundo... 
A abstnência de carne torna-se assim em um gesto de solidariedade ao sofrimento daqueles que não tem a carne ou uma "mistura" para comer, fazendo-nos sentir um pouco do sofrimento deles e transformar nossa atitude em maior benevolência com aqueles que sofrem...
A esmola confere aos gestos de generosidade humana uma dimensão evangélica profunda que se expressa na solidariedade. Coloca a pessoa e a comunidade face a face com o irmão empobrecido e marginalizado, para ajudá-lo e promovê-lo.

Dermeval Neves
Vejam Artigos completos sobre a Quaresma em: