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sábado, 6 de maio de 2023

06.05 Maratona Mãe Rainha História da Mãe Rainha

MARATONA MÃE RAINHA - 06.05.2023

HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA MÃE RAINHA, MÃE PEREGRINA

AÇÃO DE HOJE: Pratique uma Virtude de Maria: SEJA PACIENTE!.

TODOS OS DIAS DE MAIO - Um vídeo de louvor à Maria, contando uma história sobre Nossa Senhora e um convite à Oração do Santo Rosário.

A Maratona Mãe Rainha é a forma de dedicar um mês inteiro com ações diárias de Louvor à Maria, Santíssima Mãe de Deus e nossa Mãe do Céu. Ave Maria, Cheia de Graça!


Links do Sistema Salve Rainha de Evangelização:

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Créditos e Direitos Autorais (Copyright & Credits):
Produção Dermeval Neves - Sistema Salve Rainha de Evangelização
Música: Ave Maria-Schubert-Orquestra André Rieu-Uso Autorizado
Imagens: Internet - Google Images

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domingo, 21 de junho de 2015

EVANGELIZA SHOW – PADRE REGINALDO MANZOTTI

Queridos Amigos e Amigas, Irmãos e Irmãs em Cristo...


EVANGELIZA SHOW
Padre Reginaldo Manzotti

Assistam ao programa Evangeliza Show desta semana no NPDBRASIL - http://www.npdbrasil.net.br/tvNPD.htm - Um programa especial onde o Padre Reginaldo trata do assunto com muita propriedade junto com convidados especiais em cada programa. Assista, compartilhe e indique!

Você precisa ver este programa! Conselho de irmão...

O programa estará disponível no site durante toda a semana para que você possa se programar para assisti-lo. Acesse a Opção "EVANGELIZA SHOW" no vídeo player da página indicada.


Para quem ainda não conhece o programa: ele é feito em três partes: a) a primeira com a leitura orante do Evangelho, apresentação musical, aconselhamento e início das discussões sobre o tema do dia;
b) a segunda parte tem músicas e a continuação do tema com entrevistas, apresentação de pesquisas e reportagens sobre o assunto, interação através das redes sociais e apresentação musical;
c) a terceira parte é dedicada inteiramente à adoração do Santíssimo Sacramento, orações voltadas para o tema tratado no programa e a benção final. Todos os programas são sempre muito emocionantes e vale a pena dedicar uma hora de sua semana no aprendizado de temas importantes, de um pouco de diversão saudável e as orações com a benção do Santíssimo. 

Um programa alegre e com diversas atrações feitas com amor... IMPERDÍVEL...

A reprise do programa fica disponível durante toda a semana... Ah!... Aproveite para falar deste programa e do nosso site - www.npdbrasil.net.br - para seus amigos e amigas. Compartilhe...

AJUDE A DIVULGAR ESTE PROGRAMA, POIS TEM AJUDADO A MUITOS
EM DIVERSOS TEMAS SEMANAIS...

No domingo, nesta mesma página - http://www.npdbrasil.net.br/tvNPD.htm - assista a Missa a qualquer momento, se não puder ir a uma Igreja...  Vá à missa na Igreja de sua paróquia e participe ativamente da celebração, mas se você ou alguém da família não puder ir à Igreja, podem participar através desta página no NPDBRASIL...

Feliz Final de Semana na Paz do seu lar e no amor de sua família...

Um fraternal abraço em Cristo,

Dermeval Neves

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Primeiro Amor

Cidinha, primeiro Amor!

Quanto mais o tempo passa, mais histórias nós temos para contar aos nossos filhos, netos e amigos... Tudo que passamos nesta vida nos serve de inspiração para evocar o passado e suscitar nos leitores os mais ternos sentimentos... Só depende de cada um de nós!

Um dia desses, eu me peguei a pensar em uma história singular e única que me aconteceu em minha cidade natal Araçatuba, cuja lembrança me acompanha desde a infância até os dias de hoje: o doce sorriso de uma menina tímida e muito linda que encantou a minha vida e se tornou o meu primeiro amor. Não um amor banal, mas um amor extremamente terno e verdadeiro: O Primeiro Amor...

Em meu pequeno coraçãozinho de apenas onze anos de idade brotou o mais puro sentimento de amor, não o amor perverso que encontramos por aí, mas um amor tão puro e verdadeiro que se tornou parte do meu ser e cuja simples recordação me lembra de que um dia fui capaz de amar de verdade, com a pureza do amor dos anjos...

Não sabia a idade dela e nem me importava com isso, mas acho que ela devia ter um pouco mais de vivência do que eu, mas isso não fazia a menor diferença. Estar perto dela para mim era tão doce e sublime que me perdia encantado admirando sua boca bem formada e os cachos morenos de seu cabelo sedoso naquele rostinho lindo...

Nós estudávamos na mesma escola, na mesma classe de quarta série primária e ela se sentava bem próximo a mim, perto o suficiente para eu colocar bilhetinhos e às vezes uma fruta debaixo da sua “carteira”... Isso durou bastante tempo... Nossos olhares apenas se cruzavam de vez em quando e se desviavam timidamente... Nunca passou disso e nunca trocamos uma simples palavra sequer que pudesse expressar o que sentíamos... Para mim palavras eram completamente desnecessárias, para ela eu não sei o que passava naquela linda cabecinha de cabelos cacheados que vez ou outra me brindava com o mais lindo sorriso que já vi em toda minha vida...

Eu sempre insistia nos bilhetinhos e ficava sempre à espera de uma resposta que nunca vinha... Escrevia e esperava e nada de resposta... Até que um dia, após o término de todas as provas e já sabendo que havíamos terminado com louvor nosso curso primário, aquela boquinha encantadora me diz num sorriso lindo que jamais esqueci e que nunca esquecerei: “Você deixou cair esse bilhetinho no chão, pega logo...”.

Eu quase caí no chão ao me contorcer todo na cadeira para pegar o papelzinho todo dobrado e eu tinha a certeza de que era a primeira resposta que eu recebia depois de tanto tempo... Quase um ano inteiro... Meu coraçãozinho acelerou... O sinal de fim das aulas tocou... Ela se levantou e foi embora, não sem antes olhar para trás e me lançar aquele lindo sorriso, que mal sabia eu que seria o último sorriso dela que eu veria por quase cinquenta anos...

Eu tinha que sair correndo para encontrar minha irmã que estudava em outra sala da mesma escola e meu severo pai me obrigava a encontra-la na porta da classe antes que ela saísse e ai de mim se não fizesse isso, pois ele sempre ficava sabendo e o “couro do chicote comia solto no meu lombo de criança”...

Enfiei o bilhetinho no bolso do uniforme e corri para a classe de minha irmã, louco de vontade de ler o bilhete dela... Finalmente ela tinha respondido... Até que enfim ela tomou coragem e me deu algum sinal... Felicidade total...

Encontrei minha irmã e nos dirigimos para o portão de saída onde meu pai já nos esperava com a caminhonete azul e branca, pois morávamos na Zona Rural cerca de quinze quilômetros da escola...

Aí a coisa complicou um pouco para mim, pois eu não podia ler aquele bilhete estando ao lado do meu pai... Imagina se ele descobrisse, aí é que meu lombo ia sofrer... Contive minha vontade à custa de muito sacrifício durante toda a viagem para casa...

Chegamos... Desci do carro e abri a porteira... Queria ir andando até a casa grande para poder ler o bilhete, mas meu pai não deixou...

Ao descer do carro, minha mãe me chamou e me deu a maior bronca porque eu me esqueci de dar milho para as galinhas antes de ir para a escola às 05h30 da manhã... Puxou minha orelha, pegou minha sacola de livros e me fez tirar o uniforme ali mesmo onde estava, pois ela queria lavá-lo devido à sujeira que deixei minha roupa ao jogar bola durante o recreio... E como castigo me fez ir correndo, só de cuecas, lavar o chiqueiro dos porcos antes de almoçar...

Meu pai simplesmente se mandou para cuidar dos seus afazeres na fazenda e eu estava à mercê de minha mãe, que eu amava muito, mas naquele momento experimentei o que é sentir ódio de alguém...

Total confusão mental... Inferno total... O BILHETE ESTAVA DENTRO DO UNIFORME que ela ia lavar... E agora?!?

Só me restava ir lavar o chiqueiro e depois tentar falar com a menina dos meus sonhos para saber o que ela havia escrito no bilhete...

De repente, o céu desabou sobre minha cabeça com toda a força de uma tempestade de verão misturada com furacão... Ouvi minha mãe gritar para o nosso empregado: “Toninho, pega aquele moleque desgraçado e traz ele aqui pra mim, AGORAAAAA....

Desesperado com a surra iminente que eu ia levar, eu saltei o muro do chiqueiro e saí correndo pasto afora com toda a velocidade que minhas pequenas pernas podiam alcançar, mas o peão era mais forte e mais rápido...

Ele me alcançou na carreira e feito um bezerro em arena de rodeio ele me laçou com os braços fortes e me jogou no chão e depois me arrastou pelo braço até onde estava minha mãe... Ainda tentei fugir, mas aquelas mãos rústicas e calejadas me seguravam como as tenazes prendem o ferro em brasa em cima da fornalha... Minha mãe xingava e esbravejava: “Anda logo, desgraçado! Traz logo esse moleque aqui! Você não é homem não?

Desespero total... Acostumada a revistar os bolsos do meu uniforme escolar para não se ferir com os pregos, pedras, canivetes e outras porcarias que moleque arteiro carrega nos bolsos, naquele dia ela encontrou e leu o bilhetinho...

Ela simplesmente me fez mastigar e engolir o bilhete sem me dizer o que havia nele e depois disso, xingando muito alguns palavrões que eu nunca tinha ouvido, me deu uma surra homérica digna de qualquer escravo negro fujão antes da Princesa Isabel abolir a escravatura... Enquanto o peão me segurava pelos braços ela me chicoteava com gosto dizendo: “Ah! Então você quer fugir de casa pra casar? Ah! Seu fedelho! Vou te ensinar como é a vida!”...

E assim o chicote de couro lambia meu lombo arrancando pele e muito sangue, até que ela em sua raiva insana largou o chicote e pegou um cabo de vassoura feito de um galho de goiabeira e acabou me machucando muito e eu desmaiei... Não sei quanto tempo demorei a voltar, mas uma enfermeira muito carinhosa me acalmou enquanto tratava minhas feridas...

Uma semana de “molho” esperando as cicatrizes se formar e cessar as dores... Não podia voltar à escola... Eu queria muito, mas meus pais não deixavam... A saudade doía muito... Mas o mais dolorido era não saber o que minha amada tinha escrito naquele bilhete que ao final acabou alimentando meu sangue... Fazendo parte do meu ser... Ah! Se minha língua e meus dentes pudessem ler... Ou meu estômago, talvez...

Quando voltei à escola, as aulas já haviam terminado... Meu pai me deixou na porta da escola e saiu para resolver algo urgente e me fez esperar sozinho pelo diretor da escola com uma carta onde ele explicava que eu não poderia participar da festa de formatura e que era para ele me entregar o diploma de formatura...

Eu estava desesperado, muito triste, pois nunca mais veria a minha amada... O diretor demorou demais para chegar à escola... Meu pai voltou e disse que tinha que ir embora para a fazenda e que era para eu ir para a casa da minha avó e ficar lá até que ele tivesse um tempo para me buscar... Eu sabia muito bem ir da escola para a casa da minha avó, pois já havia feito esse caminho muitas vezes...

Enquanto esperava pelo diretor da escola, sentado em uma mesa da secretaria, a Tia Maria, que trabalhava na escola percebeu minhas cicatrizes quando levantei um pouco a camisa para diminuir a irritação do tecido sobre a pele dolorida... Sentou-se a meu lado e me perguntou o que havia acontecido...

Com muito carinho ela ouviu como toda minha história de amor havia terminado em tragédia... Pela primeira vez na vida eu chorei pela perda de um grande amor, o meu primeiro amor...

Enquanto enxugava as lágrimas eu vi a Tia Maria desaparecer pela porta da secretaria e voltar logo depois com um papelzinho com um nome e um endereço... Ela me disse: “Vai lá na casa dela e fala com ela! Aqui está o nome completo e o endereço dela.” Eu pulei no pescoço dela e lhe dei o mais puro beijo de agradecimento que alguém pode dar... Eu a vi enxugar as lágrimas e sair cambaleando pelo corredor afora...

Meu coração estava quase saindo pela boca! Acelerado ao extremo! Emoção à flor da pele! Finalmente eu conseguia sorrir... Olhava aquele nome e endereço com carinho e gravei imediatamente aquela informação... Não queria que ninguém mais visse aquele papel ou que ele se tornasse razão para mais uma sessão de pancadaria... Eu não aguentaria outra surra daquelas... Gravei os dados na memória e destruí o pequeno papel... Até hoje, quarenta e sete anos depois, ainda sei o nome dela e o endereço onde morava...

O diretor chegou, leu a carta do meu pai, desapareceu pela porta da diretoria e voltou algum tempo depois com um envelope fechado e mandou entregar para o meu pai...

Saí da escola em disparada, no mesmo ritmo que batia meu coração... Meus passos seguiam exatamente o compasso de suas batidas... Eu sabia onde era aquela rua, já havia passado por lá várias quando ia à Igreja São João aos domingos para a catequese e a missa dominical...

Um quarteirão antes da casa eu parei e com as mãos no joelho respirei fundo porque havia corrido uma grande distância... Acalmei meu sangue, me aproximei e bati palmas no portão da casa número 482 daquela rua... Um senhor de cabelos brancos e voz rouca gritou lá da porta: “O que você quer, moleque?” e eu respondi: “Preciso falar com a Cidinha!”. Ele respondeu: “Não tem ninguém aqui com esse nome.”. Aí eu falei o nome completo dela e um arrepio de emoção percorreu minha espinha... Ele respondeu: “Ah! Ela foi embora, não mora mais aqui!”. Em desespero total eu pedi que me desse o novo endereço dela e ele me disse que ia dar coisa nenhuma para mim... Bateu a porta na minha cara e desapareceu dentro da casa...

Me sentei na calçada... Chorei... Esbravejei... Xinguei... E bati palmas de novo na frente da casa disposto a dizer por que eu estava ali... Dessa vez uma senhora muito simpática veio até o portão e com voz doce me disse para ir embora, porque a Cidinha não morava mais ali e ela não podia dizer para onde ela tinha ido... Eu agradeci e fui embora.

Em lágrimas, fui para a casa da minha avó... Como eu já estava em férias e com o diploma do curso primário na mão, meu pai trouxe algumas roupas minhas e me deixou ficar lá por quase todo o período de férias.

Minha vida começou a evoluir lentamente, junto com um tio muito amado eu  comecei a trabalhar numa mercearia próxima à casa da minha avó e acabei passando uma boa temporada por lá, estudando o Curso Ginasial no Colégio Salesiano e trabalhando na mercearia...

Ainda voltei várias à casa onde minha amada morava, mas sempre recebia a mesma resposta... Até que um dia ao bater palmas no portão surgiu uma pessoa diferente que havia comprado a casa e aí eu me conformei, mas em toda minha vida, mesmo casado com filhos e netos, divorciado e no segundo casamento, nunca deixei de procurar pela Cidinha...

Com o passar dos anos, o relacionamento com meus pais se transformou completamente. Devido às muitas surras e espancamentos que sofri ao longo de minha vida, alimentei durante muito tempo um ódio insano por eles, mas depois do casamento com mais maturidade, melhor compreensão da vida, entendendo um pouco mais a drástica atitude deles e principalmente por me voltar totalmente à uma vida de práticas religiosas, eu alcancei o estágio da graça do perdão total.

Uma vez eu perguntei à minha mãe o que estava escrito naquele bilhete, mas ela me disse que por causa da idade, já não conseguia nem se lembrar da surra que me deu e nem do motivo...

Preciso desesperadamente saber o que ela escreveu naquele bilhete... Não quero morrer sem reencontrá-la e saber a verdade... Como ela está hoje? Onde vive? O que faz da vida?...

Esta história não termina aqui... Depois eu conto o final desta história...

Um carinhoso abraço e beijo a todos vocês!

Dermeval Neves

terça-feira, 1 de abril de 2014

O Sagrado que se deixa abraçar...

A Irmã Cristina Scuccia de 25 anos, uma  siciliana que vive em Milão é  freira das Ursulinas da Sagrada Família e ao se apresentar  no “The Voice”, versão Italiana do Reality Show Musical na noite de 19 de Março impressionou os Jurados ao cantar No One, de Alicia Keys, emocionou  e causou espanto por ter subido ao palco da atração, transmitida pelo canal Rai 2, com seu hábito de freira.


A afirmação do rapper J-Alex, primeiro Jurado que aprovou o talento da Cantora ao virar-se de frente para o palco,  “Eu sou o Diabo e você a água Benta”, nos traz de volta a reflexão sobre essa conturbada relação dos Homens para com Deus, suscitando o velho debate em torno da questão “O que é Profano e o que é Sagrado?”.

Tatuado dos pés a cabeça, a reação do Jurado sobre o espetacular desempenho da Freira Cantora, lembrou-me a de Pedro em Lucas 5, 8-9  quando, após a pesca milagrosa, tomado pelo espanto e assombro, o Apóstolo afirmou “Retira-te de mim Senhor, porque sou um homem pecador”.  Sagrado e Humano parece ser coisas incompatíveis, que não se pode e nem se deve misturar.

A solução poderia ser  a de fantasiar o Sagrado para que o fato não fosse tão impactante, talvez esta a razão que levou a Jurada Raffaella Carrá, a última a virar-se para o palco, a questionar  se a candidata era uma  Freira de verdade, ao que Irmã Cristina respondeu “Com certeza” e na sequência  da  curta entrevista, a Jurada indagou qual seria a reação do Papa Francisco, onde novamente a Freirinha surpreendeu respondendo que aguardava um telefonema do Papa, felicitando-a  por estar evangelizando naquele palco.  

Confesso que a primeira vez que acessei a apresentação foi por mera curiosidade,  mesmo sendo a primeira vez, algo fascinou-me e encantou. Entre os já 37 milhões de acessos, marca recorde no último domingo pelo Vídeo Viral, algumas dezenas de acesso foram da minha máquina. O olhar espantado dos Jurados, a reação diante do inusitado. Como é que o Sagrado vem se apresentar em um ambiente de Rock, mal visto pelos ortodoxos de todos os cantos do mundo? Rock'n Roll, cenário de barbudões, carecas, tatuagens que até parecem diabólicas, clima para perversidades e outros desvios de caráter. Um ambiente nada propício para o Sagrado, presente na pessoinha maravilhosa e angelical da Irmã Cristina, simpaticíssima, comunicativa, extrovertida ao cantar e ao dançar, com o carisma nato do canto. Sou ruim até para entender o Italiano, mas um dos jurados disse algo parecido com “O Céu baixou aqui em nosso meio”, o Céu de Deus, a ternura e a beleza de Deus, o amor e a misericórdia, o Deus alegre e descontraído que também curte um bom rock e que irradia uma força que os Jurados e a plateia não tinham ainda experimentado.

O mais bonito é a consciência da Irmã Cristina, sobre o seu carisma de Vocacionada, por instantes experimentou a glória, a fama e o sucesso, mas nota-se que isso não sufocou o chamado Divino para a Vida de Consagrada. Entretanto, o Sagrado presente na Vida e no coração dessa Freira não a torna uma Super Mulher, uma deusa que baixou sobre a terra.

Não se sabe o que vai ocorrer com a Irmã Cristina, após a sua fama que com certeza será mundial. Mas de uma coisa tenho certeza, ela simboliza neste momento e muitíssimo bem,  o Sagrado atuante e presente na Igreja e na Vida de todos os que creem. Ela é talvez o grande sinal de que, nesses tempos novos do Pontificado de Francisco, a Igreja dará um passo decisivo na direção do “Mundo”, visto como profano, pervertido, irrecuperável. O Sagrado sai da grande Eclésia, como pediu o Concílio Vaticano II. Acho que ninguém poderá detê-lo, ele sai do mofo e das velharias religiosas para levar todo o seu encanto, a sua ternura, o seu carisma, a Paz e a beleza Divina, a um mundo que anda com medo de aproximar-se de Deus.

E lembrando-me de Jesus – o Filho de Deus, que jantou na casa de pecadores como Mateus, Zaqueu, Simão, que bebeu  o delicioso vinho, cantou e dançou na Festa da Vida, lembrando de Jesus, o eterno Amor que conquistou Madalena e que mentes doentias tentam banalizar, confesso que não me contive quando assisti a cena final....

O rapper J-Alex, tatuado dos pés á cabeça, que se sentiu um diabo diante da Santidade irradiada pela Freira, ao ser por ela escolhido para ser o seu técnico orientador, pulou da sua cadeira de Jurado e correndo em direção ao palco com incontida emoção e alegria, abraçou a Irmã Cristina e rodopiou com ela por alguns momentos, bem abraçados, Sagrado e Profano em um rodopio de Vida e Esperança.

E o Sagrado deixou-se tocar e abraçar. Jesus, o Verbo Encarnado  armou a sua tenda em meio aos nossos barracos. É isso que Deus gritou lá das alturas do céu, no The Voice da Itália, na meiguice da Irmã Cristina, pelo menos para mim...


Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

MÃE DE PREMATURO

Desconheço a autoria do texto abaixo, mas como se trata de uma situação que muitas mães já enfrentaram em suas vidas, resolvi postar aqui para uma reflexão do poder do amor de MÃE.

Dedico esta postagem à minha querida nora Renata e a meu filho Fábio, que juntos passaram por essa situação e que pela graça de Deus estão cuidando muito bem do meu netinho Jonas, que hoje completou um mês de uma existência já vitoriosa.

A todas as mães que passam ou que passaram por isto dedico o meu carinho e desejo-lhes uma vida muito feliz cuidando de suas crianças, com todo o amor que Deus lhes permita.

Dermeval Neves (24.11.2013)


MÃE DE PREMATURO


Eu sou mãe de um bebê Prematuro.

E ser mãe de Prematuro é ser pega pela surpresa e o despreparo.

É não segurar seu filho nos braços quando nasce. É olhar pela incubadora. É sentir sua cria pela ponta dos dedos esterilizados em álcool gel.

Ser mãe de Prematuro é ser viciada no monitor. E ver seu filho respirando por aparelhos com sensores medindo o que há de vida na sua criança. São os benditos 88% de saturação.

É tirar leite na máquina. É ver o leite entrando pela sonda. E torcer para a quantidade aumentar todo dia.

É ter paranoia com o processo ganha/perde de peso diário. Num dia ganha 10 gramas e no seguinte perde 15. Isso é um desespero.

É se incomodar com as aspirações e manobras, mas saber que é um mal necessário. É ver picadas e mais picadas para exames e não respirar enquanto o resultado não aparece. É chegar ao hospital com o estomago em cambalhotas com medo do que vai ouvir do pediatra.

Para ser mãe de UTI tem que virar pedinte e mendigar todo dia uma boa notícia. Mesmo que seja a bendita palavrinha “estável” - significa que não melhorou, - mas também não piorou.

E não se esquecer de agradecer o cocô e o xixi de cada dia. Sinal de que não tem infecção.

Mãe de Prematuro também tem rotina. UTI-casa-UTI de segunda a segunda. Sem descanso. E como é possível descansar?

Para ser mãe de Prematuro é preciso muita fé. Não importa a religião. Não tem padre, pastor, pai de santo. Não precisa de igreja, culto ou mesa branca.

Porque na hora do desespero é você e Deus. É joelho no chão do banheiro da UTI para pedir milagre, ou pedir que acabe o sofrimento. Haja fé. E só com fé.

É ser a Rainha da Impotência, por ver o sofrimento e a dor do seu bebê e simplesmente não poder fazer nada. Só confiar.

É bater papo com seu filho através da incubadora. E ter lágrima escorrendo pelo rosto todo dia por não poder sentir seu cheirinho e beijar seus cabelos.

Mas, ser mãe de prematuro é superação, é ter história para contar. É entender de um monte de doenças que ninguém nem imagina que existe.

É contar o tempo de um jeito diferente. Idade cronológica e idade corrigida. É difícil de entender.

É sair da UTI com festa e palmas. E deixar por lá amigos eternos e preciosos.

Toda mãe é um ser guerreiro por natureza. Mas a Mãe de Prematuro, precisa ser guerreira em dobro. E isso nos difere e ao mesmo tempo nos iguala.

Lutadoras, perseverantes, resilientes, frágeis a ponto de desabar a qualquer momento, mas com uma força absurda. Uma força que talvez venha de um útero vazio antes do tempo, assim são as mães dos bebês que nascem antes.


sábado, 9 de novembro de 2013

EVANGELIZA SHOW nO NPDBRASIL

Queridos Amigos e Amigas, Irmãos e Irmãs em Cristo...

Assistam ao programa Evangeliza Show desta semana no NPDBRASIL - http://www.npdbrasil.net.br/tvNPD.htm - O Tema varia a cada semana e sempre traz assuntos super interessantes para o crescimento pessoal e espiritual. Assista, compartilhe e indique este programa.

Você precisa ver este programa! Conselho de irmão...

O programa estará disponível no site a partir de 00h00 deste sábado até 23h59 da próxima sexta-feira. Durante a semana acesse a Opção 2 no vídeo player da página indicada.

Para quem ainda não conhece o programa: ele é feito em três partes: . a primeira com a leitura orante do Evangelho, apresentação musical e início das discussões sobre o tema do dia;

. a segunda parte tem músicas e a continuação do tema com entrevistas, apresentação de pesquisas e reportagens sobre o assunto, interação através das redes sociais e apresentação musical;

. a terceira parte é dedicada inteiramente à adoração do Santíssimo Sacramento, orações e a benção final. Todos os programas são sempre muito emocionantes e vale a pena dedicar uma hora de sua semana no aprendizado de temas importantes, de um pouco de diversão saudável e as orações com a benção do Santíssimo. 

Um programa alegre e com diversas atrações feitas com amor... IMPERDÍVEL...

A reprise do programa fica disponível durante toda a semana... Ah!... Aproveite para falar deste programa e do nosso site - www.npdbrasil.net.br - para seus amigos e amigas. Compartilhe...

AJUDE A DIVULGAR ESTE PROGRAMA, POIS TEM AJUDADO A MUITOS
EM DIVERSOS TEMAS SEMANAIS...

No domingo, nesta mesma página - http://www.npdbrasil.net.br/tvNPD.htm - assista a Missa a qualquer momento, se não puder ir a uma Igreja...  Vá à missa na Igreja de sua paróquia e participe ativamente da celebração, mas se você ou alguém da família não puder ir à Igreja, podem participar através desta página no NPDBRASIL...

Feliz Final de Semana na Paz do seu lar e no amor de sua família...

Um fraternal abraço em Cristo,


sexta-feira, 28 de junho de 2013

A Guerra dos Cristeros - México

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

Que a Paz de Jesus e a Ternura de Maria estejam sempre com todos vocês, seus familiares e amigos!

Como faço toda noite de sexta-feira, estava atualizando no NPDBRASIL as páginas do Evangelho do Dia, Roteiro Homilético e Homilias e Sermões e durante minha pesquisa para escrever os comentários da liturgia deste domingo, quando celebramos a Solenidade de São Pedro e São Paulo e também o Dia do Papa, encontrei um artigo super interessante e confesso que eu nunca havia ouvido falar do martírio sofrido pelo povo mexicano no início do século XX, tendo alguns deles sido beatificados pelo Papa Bento XVI e outros canonizados por João Paulo II.

O texto faz referência à um filme que relata os detalhes da guerra realizada pelos católicos mexicanos e a Igreja contra o governo mexicano para restabelecer a liberdade de culto religioso. Achei muito interessante, vou procurar o filme pra assistir, pois fiquei encantado com a força e garra daquele povo para que pudessem professar sua fé livremente no país, e recomendo a leitura completa da matéria.

Transcrevo abaixo, na íntegra o texto que encontrei no site Presbíteros, uma excelente referência para presbíteros, ministros, catequistas e líderes de movimentos em nossas paróquias.

A guerra dos Cristeros ou Cristiada


Autoria de Pe. Alexandre Antosz Filho.
Copiado da publicação original em http://www.presbiteros.com.br/site/a-guerra-dos-cristeros/


Imagem do filme “Cristiada” (Reprodução)

O filme mexicano Cristiada (For Greater Glory, 2012), dirigido por Dean Wright, com a presença de Andy Garcia e Peter O´Toole no elenco, comoveu o mundo católico. A perseguição à Igreja e a entrega da própria vida como prova de amor a Cristo apareceram como eventos próximos, não exclusivos aos primeiros anos dourados do cristianismo. A narração destes atos heroicos na tela do cinema, como é natural, exigem recortar ou adaptar uma história muito mais rica, que talvez ficará apenas entre as almas fiéis e Deus, que aceitaram o holocausto supremo do martírio. No entanto, o filme procura ser fiel à verdade dos acontecimentos, baseado no clássico livro do historiador francês Jean Meyer, e traçou muito bem as características, os personagens e eventos principais da Guerra dos Cristeros. Entre os personagens que aparecem no filme, destacam-se, entre outros, o beato José Sánchez del Río, martirizado com 14 anos e beatificado por Bento XVI, junto com Anacleto González Flores, Miguel Gómez Loza e os irmãos Vargas; os padres Cristóbal Magallanes e José María Robles, canonizados por João Paulo II. Curiosamente, não é fácil encontrar informações a respeito nos principais manuais de história da Igreja. Oferecemos, portanto, uma breve explicação desta história e do seu contexto político e social.
Em fins do século XIX e início do XX, a Igreja na América Latina, frente às agressões liberais das novas repúblicas, se viu na necessidade de se defender. Apesar que em muitos países a Igreja conseguiu assinar concordatos, a sua condição sempre foi instável, na dependência dos humores do soberano e da ideologia hegemônica. O México foi um local privilegiado de rebeliões camponesas de caráter religioso, devido às constantes perseguições que os católicos sofriam. Nos inícios do século XX aumentaram as conspirações e movimentos camponeses, contra as perseguições religiosas, que alcançaram o seu apogeu em 1926, ano no qual eclodiu a Guerra dos Cristeros (1926-1929).
A revolução liberal liderada pelo general Venustiano Carranza (1859-1920), presidente de 1916 a 1920, caracterizou-se pela intolerância com a Igreja: suas tropas multiplicaram os incêndios em templos, roubos, violações e assassinatos de sacerdotes e religiosos. A orientação anticristã do Estado se consolidou na Constituição de 1917, que estabelecia a educação laica obrigatória, proibia os votos e o estabelecimento de ordens religiosas, bem como todo ato de culto fora dos templos e casas particulares. Perpetuava a confiscação dos bens da Igreja e proibia a existência de colégios de inspiração religiosa, conventos, seminários e casas curiais.
O presidente Plutarco Elías Calles (1924-1928) aumentou ainda mais as restrições à Igreja, quando reformou o Código Penal e estabeleceu a Lei Calles de 1926. Com ela, expulsou os sacerdotes estrangeiros, sancionou com multas e prisões aqueles que se dedicavam ao ensino religioso, ou que se vestiam como clérigos ou religiosos, ou realizavam atos de culto fora dos templos. Tentou-se criar uma Igreja cismática mexicana, em torno ao um precário Patriarca Pérez, que morreu excomungado.
Diante desta situação insustentável, os bispos mexicanos, em uma enérgica carta pastoral de 25 de julho de 1926, manifestaram sua decisão de trabalhar para que os decretos e artigos da Constituição fossem reformados, encontrando grande intolerância por parte do governo de Calles. No dia 31 de julho, com previa consulta à Santa Sé, o episcopado ordenou a suspensão do culto público em toda a República. Imediatamente, uma dezena de bispos foi expulso bruscamente do país, entre eles o arcebispo de México. Entretanto, nem os partidários de Calles nem os bispos esperavam a forte reação do povo diante da suspensão do culto: foi o início de uma guerra civil que duraria mais de 3 anos.
Em agosto de 1926 foram assassinados três leigos e o pároco de Chalchihuites, na Província de Zacatecas, levantando-se o primeiro foco de movimento armado. Até dezembro deste ano se produziram 64 levantamentos espontâneos e isolados, a maior parte em Jalisco, Guanajuato, Guerrero, Michoacán e Zacatecas. Aos poucos, os rebeldes foram conseguindo armas dos próprios soldados de Calles, através de ataques de guerrilhas ou compras. Os camponeses entraram em luta para defender a Deus, sua religião, e sua mãe a Igreja, e utilizavam o grito “viva Cristo Rei, viva a Santíssima Virgem de Guadalupe, viva México”, que marcou todo o movimento. A consagração da república do México a Cristo Rei, e a coroação das imagens do Sagrado Coração de Jesus haviam sido feitas pela primeira vez no dia 6 de janeiro de 1914, em um soleníssimo ato na catedral, com a prévia autorização de Pio X (1903-1914). Desde então, estas aclamações estavam muito popularizadas. À frente destes movimentos se pôs a Liga Nacional Defensora de la Libertad Religiosa, fundada em março de 1925 e estendida a toda república em pouco tempo[A1] .
Por outro lado, havia um ativo anticlericalismo entre os oficiais militares, que levavam a incentivar suas tropas a combaterem aos gritos de “viva Satanás”. Foram eles que deram aos rebeldes, por burla, o nome de cristeros. Porém, havia grande indisciplina no exército, muitas deserções e pouco treinamento. A brutalidade com que lutavam alimentavam o desejo de vingança nas populações humildes. A guerra se fazia também na imprensa, e falava-se de uma campanha de “desfanatização”.
Em 18 de outubro de 1926 Pio XI recebeu uma comissão de bispos mexicanos, que lhe informaram da situação no país. Parece ser que os bispos foram incentivados pelo cardeal Pietro Gasparri (1852-1934), secretário de Estado, a apoiar a defesa armada. Um mês mais tarde o papa publicou a encíclica Iniquis afflictisque na qual denunciou os atropelos sofridos no México, e louvou a Liga Nacional Defensora de la Libertad Religiosa e o heroísmo dos católicos mexicanos. No dia 30 de novembro de 1926 os dirigentes da Liga Nacional dirigiram-se aos bispos Maximino Ruiz y Flores (1875-1949), auxiliar da Cidade do México, e Pascual Díaz y Barreto S.J. (1876-1936), de Tabasco, pedindo que não condenassem o movimento, que sustentassem a unidade de ação em um mesmo chefe e plano, formassem a consciência coletiva no sentido de que se tratava de uma ação meritória, de legítima defesa armada. Os dois prelados aprovaram quase todos os pontos.
No dia 15 de janeiro de 1927 o comitê episcopal, respondendo a umas declarações do governo, afirmava que o episcopado era alheio ao levantamento, mas que havia circunstâncias na vida dos povos às quais seria lícito aos cidadãos defenderem-se pelas armas os direitos legítimos que não puderam conseguir com os meios pacíficos, e repetiram-se outras declarações dos bispos sobre a legítima defesa. No dia 2 de outubro de 1927 o cardeal Gasparri, em umas declaração ao The New York Times, contava os horrores da perseguição sofrida no México e denunciava o silêncio das nações.
Entretanto, na medida em que passavam os meses as reticências das autoridades eclesiásticas foram aumentando, devido aos males que a violência estava causando. Vários bispos continuavam apoiando o movimento, e alguns permaneceram ocultos em suas dioceses para atender aos cristeros. Entretanto, não faltaram os bispos indecisos, ou aqueles que passaram a reprovar o movimento, como foi o caso de Ruiz y Flores e Pascual Díaz. Alguns chegaram a ameaçar de excomunhão os que se envolvessem nas lutas, o que gerou certa perplexidade nos combatentes. A falta de apoio por parte de alguns membros da hierarquia foi o maior sofrimento para os cristeros. Em meados de dezembro de 1927, d. Pietro Fumasoni Biondi (1872-1960), secretário da Congregação da Propaganda da Fé e delegado apostólico nos Estados Unidos, transmitiu a d. Díaz y Barreto, secretario do comitê episcopal, a disposição do papa segundo a qual os bispos deveriam se abster de apoiar a ação armada e permanecer fora de todo partido político.
Por outra parte, o desenrolar da guerra fez o governo perceber que dificilmente conseguiriam vencer. De fato, a meados de 1928, os cristeros contavam com uns 25 mil homens em armas, e não podiam ser vencidos. A grande vantagem dos rebeldes, porém, era que cada combatente estava convencido da sua causa e, portanto, tinham melhor moral e disciplina que as tropas federais, unificado agora pela Guarda Nacional, cujo comandante supremo era o general Enrique Goroztieta Velarde (1889-1929). Operando em pequenos grupos, golpeavam e fugiam, sofrendo menos baixas que os soldados do governo. Depois de três anos de guerra, calcula-se que morreram entre 25 a 30 mil cristeros, e 60 mil soldados federais. Os camponeses estavam dispostos a seguir lutando até conseguir o fim das perseguições à religião, era evidente que seria improvável pacificar o Estado antes que se solucionasse a questão religiosa. O governo, vendo-se em bancarrota, tinha urgência em terminar o conflito, e negociar o reconhecimento dos direitos da Igreja.
Depois que o novo presidente Emilio Portes Gil (1928-1930) manifestou boa vontade em solucionar os problemas com a Igreja, d. Ruiz y Flores e d. Díaz y Barreto foram levados dos Estados Unidos à Cidade do México pelo embaixador norteamericano, Dwight Whitney Morrow. Os prelados foram mantidos incomunicáveis em uma luxuosa residência onde só entraram sacerdotes estrangeiros ou outros embaixadores a fim de negociar a paz, que foi conhecida como os arreglos de 1929. Este acordo não cumpriu as normas escritas que Pio XI havia deixado, pois não tiveram em conta o juízo dos demais bispos, nem dos cristeros, nem da Liga Nacional. Com ele não conseguiram a derrogação das leis persecutórias da Igreja, menos ainda garantias escritas que protegessem os cristeros uma vez depostas as armas; somente umas palavras de conciliação e boa vontade por parte do presidente e umas vagas declarações escritas, nas quais comprometiam-se a reativar o culto e os serviços religiosos.
Diante das notícias dos arreglos de 1929, o general Goroztieta escreveu uma carta aos bispos mexicanos, dizendo que as notícias de negociações entre os bispos e o governo era, para eles, uma bofetada. Caso os bispos desaprovassem a atitude dos cristeros, eles tomariam tal atitude como indigna e traidora. Desejavam que fosse a Guarda Nacional quem deveria negociar com o governo. Esta era a genuína representação do povo, tinham direito a serem ouvidos pois eram parte constitutiva da Igreja católica de México, como afirmavam. No dia 2 de junho de 1929 o general Goroztieta foi assassinado em uma emboscada pelas tropas federais, e sucedeu-lhe à frente da Guarda Nacional o general Jesús Degollado Guízar (c.1890-1957).
O governo se aproveitou desta situação e anunciou que o clero se submeteria estritamente às leis. O chefe supremo da Guarda Nacional, general Degollado, dirigiu-se a todos os cristeros, afirmando haviam sido abandonados pelos bispos e que se dissolveriam. Mais chefes cristeros foram mortos depois dos arreglos que durante a guerra. Foi uma dura prova para a fé do povo que, no entanto, se mantiveram fiéis à Igreja com a ajuda dos mesmos sacerdotes que, durante a guerra, haviam assistido-lhes. Muitos dos cristeros entregaram as armas por obediência, por fidelidade à Igreja.
Quando se suspendera o culto em 31 de julho de 1926 a imensa maioria do clero, cerca de 3.500, se recolheu nas grandes cidades. Os sacerdotes que permaneceram no campo sabiam que corriam grave perigo, e dos 150 que permaneceram no campo, aproximadamente 50 deles foram executados. Em 22 de novembro de 1992 João Paulo II beatificou 22 destes sacerdotes. A maior parte deles pertenciam à arquidiocese de Guadalajara – dioceses de Jalisco, Zacatecas e Guanajuato – ou à diocese de Colima. Seus prelados, d. José Francisco Orozco y Jiménez (1864-1936), arcebispo de Guadalajara de 1912 a 1936, e d. José Amador Velasco y Peña (1856-1949), bispo de Colima de 1903 a 1949, permaneceram nos seus postos junto com seus sacerdotes.
Apesar que México vivia já quase um século de perseguição à educação religiosa, e a condição escolar era baixa entre os cristeros, estes demonstraram uma surpreendente cultura cristã. Sua fé era viva, possuíam um rico conhecimento da Bíblia e da doutrina católica, meditavam os mistérios do rosário que lhes imprimia um conhecimento vivo de Cristo, das suas dores, com às quais podiam se identificar. Possuíam uma firme e ortodoxa devoção à Nossa Senhora, a São José e aos santos. A sua grande confiança na Providência divina dava-lhes uma fidelidade inquebrantável à Igreja e uma coragem proverbial nos momentos do perigo. Nos acampamentos, sempre que fosse possível, assistiam à Missa, comungavam, e adoravam o Santíssimo Sacramento. Os sacerdotes que permaneceram com os cristeros passavam o tempo confessando, batizando, casando e organizando exercícios espirituais. Quando faltavam, um secular tomava a frente da direção da vida religiosa, rezando o ofício da Igreja, dirigindo o rosário ou cantos religiosos.
Os cristeros tinham uma ideia do conflito mais religiosa do que política. Por exemplo, para eles, o presidente Calles estava vendido à maçonaria internacional, representava o estrangeiroyanki e protestante, desejoso de destruir o catolicismo no país. Entendiam o dever moral de obedecer, porque toda autoridade procede de Deus, mas viam na perseguição do governo uma ação poderosa do maligno e estavam convencidos da sua oposição. Considerava-se que era Satanás, a besta do Apocalipse, estava fazendo a guerra aos santos, e muitas passagens escatológicas da Escritura os iluminavam. Assim, entre o povo, o conflito recebia uma interpretação mística, consideravam-se privilegiados por sofrer pela Igreja, possuíam uma profunda noção do martírio. A morte tranquila e alegre dos cristeros não deixava de impressionar os federais.
Os camponeses tinham a consciência de entrarem na grande aventura mística de dar o seu sangue pelo advento do Reino, consideravam a perseguição como prova de predileção, e viam a guerra como uma santa empresa contra a incredulidade, na qual o sangue do mártir era agradável a Deus. Os cristeros deram testemunho da sua fé e confirmaram a profundidade da evangelização realizada no México desde os inícios do século XVI.
Alguns livros de interesse sobre a Cristiada e seu contexto.
J. Meyer, La cristiada, I: “La guerra de los cristeros”, Siglo XXI, 199012 (1a ed. 1973); J. Meyer, La cristiada, II: “El conflicto entre la Iglesia y el estado 1926-1929”, Siglo XXI, 198911 (1a ed. 1973); J. Meyer, La cristiada, III: “Los cristeros”, Siglo XXI, 19899 (1a ed. 1974); V. Ceja Reyes,Los cristeros, crónica de los que perdieron, Grijabo, México 1981; L. López Beltrán, La persecución religiosa en México: Carranza, Obregón, Calles, Portes Gil, Tradición, México 1987; J. González Morfín, La guerra cristera y su licitud moral. Una perspectiva desde la teología sobre la licitud moral de la resistencia armada, Pontificia Universitas Sanctae Crucis, Roma 2004; A. Moctezuma, El conflicto religioso de 1926, II, Jus, México 1960; A. Ríus Facius, Méjico cristerio: historia de la ACJM, 1925 a 1931, Patria, México 1966; C.C. Zamora, Recuerdo y memoria de la cristiada: entrevistas históricas, Gobierno del Estado de Colima, Secretaría de Cultura – Asociación Colimense de Periodistas y Escritores, Colima 2005; A. Arias Urrutia, Cruzados de novela: las novelas de la guerra cristera, EUNSA, Pamplona 2002; M.A. Puente Lutteroth, Movimiento Cristero: una pluralidad desconocida, Progreso, México 2002; F.M. González, Matar y morir por Cristo Rey: aspectos de la Cristiada, Instituto de Investigaciones Sociales, UNAM – Plaza y Valdés, México 2001; J.A. Martínez, Los padres de la Guerra Cristera: estudio historiográfico, Universidad de Guanajuato, Guanajuato 2001.
Pe. Alexandre Antosz Filho.

[A1] Anacleto González Flores, conhecido como mestre Cleto, organizou a União Popular em Jalisco e impulsionou a Associação Católica da Juventude Mexicana, e foi um dos principais líderes cristeros deste primeiro período. Distinguiu-se como professor, orador e escritor católico, foi preso, tortura e executado com outros 3 companheiros.
http://salverainha.blogspot.com.br/
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