INTER MIRIFICA: A comunicação ao
serviço do Evangelho
O Decreto
Inter Mirifica surgiu partindo de uma necessidade de orientar os cristãos e
convocá-los ao reto uso dos meios de comunicação. Foi um modo encontrado para
que houvesse o reconhecimento da importância da comunicação de massa como meio
capaz de movimentar indivíduos e sociedades e o seu valioso auxílio para o
desenvolvimento do ser humano e da evangelização. Nas próximas edições
trabalharemos um pouco mais sobre este decreto.
No
capítulo I o documento focaliza temas variados e mais genéricos. Já, de início,
os bispos reconhecem a importância de a Igreja utilizar dos meios de
comunicação para a evangelização, mas sempre respeitando o seu código moral e
reto uso, nos conteúdos, na finalidade, no público e assim por diante. Deve
também contribuir para formar uma reta opinião pública, pois todos têm direito
à informação e à verdade.
Atenção especial deve ser dada aos jovens, não
deixando de traçar linhas para todos os receptores e autores, aos quais cabem
as principais obrigações morais, pois são os responsáveis pelos media. Por fim,
chama a atenção das autoridades civis para os seus deveres de controlar abusos,
garantir a liberdade de expressão, favorecer as boas iniciativas e defender o
receptor.
A segunda
parte do documento tem como tema central os meios de comunicação a serviço da
missão católica. Incentivam e orientam, nesta parte, o uso dos meios de
comunicação para o apostolado, para promover a boa imprensa, uma comunicação
com valores e dignidade.
A Igreja
deve preocupar-se com a formação dos autores, para poderem dirigir as produções
e emissões. Deve ter meios de comunicação próprios, o que incentivou a criação
de jornais, emissoras e programas radiofônicos e televisivos, livros, peças
teatrais, filmes, etc. De igual maneira deve preocupar-se também com a educação
dos receptores, para que sejam sempre mais críticos e seletivos.
A pregação da Palavra de Deus na cultura da
comunicação não deixa de ser, sobretudo, nos tempos atuais, um desafio e uma
necessidade e, talvez, o meio mais eficaz de chegar ao homem moderno e à
chamada “geração digital”.
Que muitas novas iniciativas sejam tomadas neste
campo, sempre em sintonia com o que nos afirma o Concílio: “A Igreja católica
considera seu dever pregar a mensagem de salvação servindo-se dos meios de
comunicação social e ensinar aos homens a usar retamente estes meios (IM, n.
3).
(Darlei Zanon. Fonte: Para ler o Vaticano II, Paulus 2012).