Você conhece a lenda de Droselbat? Trata-se de uma lenda familiar ao mundo germânico. Depois que uma princesa rejeitara a proposta de casamento com um rei muito rico chamado Droselbat, caiu numa grande pobreza. A pobre princesa teve que abandonar o país e, enquanto cruzava os caminhos perguntava: “De quem é essa magnífica mansão?” “Pertence ao rei Droselbat” – respondiam-lhe. Ela, arrependida, dizia consigo: “Ah! Se eu me tivesse casado com Droselbat, este castelo seria meu… E aquelas videiras magníficas, de quem são?” “Do rei Droselbat”. “Ah! Se eu tivesse aceitado a sua proposta, possuiria esses campos tão férteis… E aquelas florestas intermináveis?” “Do rei Droselbat”. “Ah! Se eu tivesse pensado melhor.”

Todos os homens são pecadores, todos os homens são mentirosos, todos os homens estão privados da glória de Deus! Isso é somente um resumo daquilo que São Paulo nos transmite nos primeiros capítulos da Carta aos Romanos (cf. 1-3). Daí a tristeza, o abismo, a escuridão. Como não alegrarmo-nos quando finalmente esse inverno de séculos deixa passo ao verão, à luz, ao Sol da Justiça que é o Senhor Jesus? Gaudete, alegrai-vos!
Há um outro domingo que também se chama domingo da alegria no curso do Ano Litúrgico da Igreja, é o quarto domingo da Quaresma, o Domingo laetare. Esse terceiro Domingo do Advento chama-se Domingo gaudete. A diferença entre os dois tipos de alegria é sutil, mas existe: a alegria da quaresma é uma alegria – por assim dizer – menos explosiva que a do Advento. Efetivamente, enquanto a alegria da Quaresma tem que passar necessariamente pelo drama da Paixão do Senhor e é, por tanto, uma alegria com uma profundidade de um peso incalculável, a alegria do Advento tem como motivo a vinda desse adorável Menino que nos leva a um gozo que chega até aos nossos sentidos e vai ao mais profundo da nossa existência. E tudo isso a causa da primeira Parusia que deixa as portas abertas à esperança da segunda, da vinda gloriosa que transfigurará os nossos corpos mortais.
Alegrai-vos! Faltam apenas 10 dias para o nascimento de Cristo!
O gozo é um dos frutos do Espírito Santo (cf. Gl 5,22), vem enumerado logo após a caridade e seguido pela paz. A alegria e o gozo são conseqüências do amor que Deus derramou nos nossos corações pela ação do Espírito Santo e nos leva necessariamente à paz. Antigamente, pedia-se sempre, antes de começar a missa o “gaudium cum pace”, o gozo e a paz, ao Senhor. Peçamos todos os dias: “Concede-nos Senhor a alegria e a paz!”
Para estar alegres é preciso rezar, nos diz S. Tiago: “Alguém entre vós está triste? Reze! Está alegre? Cante!” (5,13). Talvez seja exatamente esse o motivo dessa espécie de tristeza que quiçá, experimente o meu irmão em Cristo. Você não reza ou reza muito pouco? O inimigo das nossas almas tem um aliado, a tristeza, que nos afasta pouco a pouco de Deus. Somos filhos de Deus, esse único motivo basta para que estejamos sempre alegres e com um sorriso estampado no rosto, apesar dos pesares.
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa - 13/12/2009
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