domingo, 1 de setembro de 2013

PISTAS PARA REFLEXÃO SOBRE A LITURGIA DE 01.09.2013

22º Domingo do Tempo Comum - 01/09/2013



1ª Leitura Ecl 3,19-21.30-31
Muitos procuram a vitória desta vida na grandeza, na vaidade e na ostentação, julgando que a sua existência vale segundo a impressão que causam nos outros. Ben-Sirá, divinamente inspirado, dá-nos um conselho simples e eficaz: Faz-te pequeno e alcançarás o favor de Deus.

Salmo 68/67
Humildade e simplicidade são dois conselhos preciosos que o Senhor nos dá. Por isso, o salmo 67 (68) convida-nos a cantar.

2ª Leitura Hb 12,18-19.22-24a
O autor da Carta aos Hebreus fala-nos da grandeza do Senhor que o Povo de Deus contemplou no Sinai, para nos mover a uma atitude de humildade.

Evangelho Lucas 14,1.7-14
Muitas vezes, o peso da nossa cruz de cada dia é constituído exclusivamente pela nossa soberba, pela preocupação de parecermos maiores do que somos. Nosso Senhor convida-nos a carregar antes o jugo da Sua lei, com humildade, que acaba por ser muito mais leve. Aclamemos o Evangelho que nos anuncia tão belo conselho de Jesus.



Sugestão de páginas para estudo e compreensão da Liturgia Dominical:

Evangelho do Dia:   http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm
Roteiro Homilético:  http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_roteiro.htm
Homilias e Sermões com Comentário Exegético:
                                       http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0168.htm
Vídeo YouTube:        http://www.youtube.com/watch?v=d88mryEczOs

MISSA ONLINE (disponível no domingo de 00h00 às 23h00):                                                                                        http://www.npdbrasil.net.br/tvNPD.htm


PISTAS PARA REFLEXÃO

Simplicidade e gratuidade: graça, gratidão e gratuidade são os três momentos do mistério da benevolência que nos une com Deus. Recebemos sua "graça", sua amizade, seu benquerer. Por isso nos mostramos agradecidos, conservando seu dom em íntima alegria, que abre nosso coração. E desse coração aberto mana generosa gratuidade, consciente de que "há mais felicidade em dar do que em receber" (cf. At 20,35). Isso não significa que a gente não pode se alegrar com aquilo que recebe. Significa que só atingirá a verdadeira felicidade quem souber dar gratuitamente. Quem só procura receber será um eterno frustrado.

– A humildade não é a prudência do tímido ou do incapaz nem o medo de se expor, que não passa de egoísmo. A verdadeira humildade é a consciência de ser pequeno e ter de receber para poder comunicar. Humildade não é tacanhice, mas o primeiro passo da magnanimidade. Quem é humilde não tem medo de ser generoso, pois é capaz de receber. Gostará de repartir, porque sabe receber; e de receber, para poder repartir. Repartirá, porém, não para chamar a atenção para si, como o orgulhoso que distribui ricos presentes, e sim porque, agradecido, gosta de deixar seus irmãos participar dos dons que recebeu.

– Podemos também focalizar o tema de hoje com uma lente sociológica. Torna-se relevante, então, a exortação ao convite gratuito. Jesus manda convidar pessoas bem diferentes das que geralmente são convidadas: em vez de amigos, irmãos, parentes e vizinhos ricos, convidem-se pobres, estropiados, coxos e cegos – ou seja, em vez do círculo costumeiro, os marginalizados. E na parábola seguinte no Evangelho de Lucas, a parábola do grande banquete, o "senhor" convida exatamente essas quatro categorias mencionadas (Lc 14,21).

– O amor gratuito é imitação do amor de Deus. A autenticidade do amor gratuito se mede pela pouca importância dos beneficiados: crianças, inimigos, marginalizados, enfermos (cf. também Mt 25,31-46). Jesus não nos proíbe gostar de parentes e vizinhos; mas imitar realmente o amor gratuito (a hésed de Deus) a gente só o faz na "opção preferencial" pelos que são menos importantes.

– A parábola daquele que ocupa o último lugar para ser convidado a subir mais faz pensar em quem "se faz de burro para comer milho". Contudo, Jesus pensa em algo mais. É por isso que ele acrescenta outra parábola, para nos ensinar a fazer as coisas não por interesse egoísta, mas guiados pela gratuidade. Seremos felizes – diz Jesus – se convidarmos os que não podem retribuir, porque Deus mesmo será, então, nossa recompensa. Estaremos bem com ele por termos feito o bem aos seus filhos mais necessitados.

– A gratuidade não é a indiferença do homem frio, que faz as coisas de graça porque não se importa com nada, pois isso é orgulho! Devemos ser gratuitos simplesmente porque os nossos "convidados" são pobres e sua indigência toca o nosso coração fraterno. O que lhes damos tem importância, tanto para eles como para nós. Tem valor. Recebemo-lo de Deus, com muito prazer. E repartimo-lo, porque o valorizamos. Dar o que não tem valor não é partilha: é liquidação… Mas, quando damos de graça aquilo que, com gratidão, recebemos como dom de Deus, estamos repartindo o seu amor.

– Tal gratuidade é muito importante na transformação de que a sociedade está necessitando. Não apenas "fazer o bem sem olhar para quem" individualmente, mas também social e coletivamente: contribuir para as necessidades da comunidade, sem desejar destaque ou reconhecimento especial; trabalhar e lutar por estruturas mais justas, independentemente do proveito pessoal que isso nos vai trazer; praticar a justiça e o humanitarismo anônimos; ocupar-nos com os insignificantes e inúteis…

– Concluindo, a lição de hoje tem dois aspectos: para nós mesmos, procurar a modéstia, ser simplesmente o que somos, para que a graça de Deus nos possa inundar e não encontre obstáculo em nosso orgulho. E para os outros sermos anfitriões generosos, que não esperam compensação, mas, sem considerações de retorno em dinheiro ou fama, oferecem generosamente suas dádivas a quem precisa.

Um bom domingo a todos nós, com as Bençãos de Deus, do Sagrado Coração de Jesus e a Ternura de Maria Santíssima.

Dermeval Neves

Fonte de Pistas para Reflexão:
Pe. Johan Konings, sj - Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e licenciado em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Leuven (Lovaina). Atualmente é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A - B - C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje.
Roteiro Homilético da Revista Pastoral da Paulus: http://vidapastoral.com.br/roteiros/1-de-setembro-22o-domingo-do-tempo-comum

Fonte dos Comentários das Leituras:

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