23º Domingo do Tempo
Comum - 08/09/2013
1ª Leitura Sabedoria
9,13-18
Na leveza da fragilidade dos nossos
pensamentos, reflexões e ações, se não tivermos a sabedoria de Deus, o seu
Espírito Santo, quão pobre, mesquinha, e infrutífera será a nossa vida.
Salmo 89/90
A nossa vida passa rápida. Como
planta formosa, em breve murcha e seca. Quem encontrou Jesus Cristo e O ama de
todo o coração, assumindo a cruz, chega à sabedoria do coração.
2ª Leitura Filêmon
9-10.12-17
Paulo esquece-se das suas
necessidades e do seu sofrimento para pensar em Onésimo. Que nunca o peso da
nossa dor ofusque o nosso olhar no sofrimento dos irmãos. Que levar a cruz seja
servir, amar, dar a vida!
Evangelho Lucas
14,25-33
Para seguir Jesus Cristo é
preciso estar disponível e disposto ao compromisso com a sua Cruz. Responder ao
Seu chamamento, segui-Lo e comprometer-se com Ele significa amar com ordem e de
verdade. A partir dessa atitude todo o amor se manifesta genuíno.
Sugestão de páginas
para estudo e compreensão da Liturgia Dominical:
Evangelho do Dia: http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm
Roteiro Homilético: http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_roteiro.htm
Homilias e Sermões com Comentário Exegético:
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0169.htm
Vídeo YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=wH1FtTDhjl8
MISSA ONLINE (disponível no domingo de 00h00 às 23h00): http://www.npdbrasil.net.br/tvNPD.htm
PISTAS PARA REFLEXÃO
– Os cristãos e as estruturas sociais:
"Se Deus só serve para deixar tudo como está,
não precisamos dele", palavras de uma agente da educação popular. O Deus
que é apenas o arquiteto do universo, mas fica impassível diante da injustiça
dos habitantes de sua arquitetura, não tem relevância alguma. O cristianismo
serve ou não para mudar as estruturas da sociedade?
São Paulo tinha um amigo, Filêmon. Este – como
todos os ricos de seu tempo – tinha escravos, que eram como se fossem as
máquinas de hoje. Um dos escravos, sabendo que Paulo tinha sido preso, fugiu do
dono, Filêmon, para ajudar Paulo na prisão. Paulo o batizou ("o fez nascer
para Cristo"). Depois, mandou-o de volta a Filêmon, recomendando que este
o acolhesse não como escravo, mas como irmão. Mais: como se ele fosse o próprio
Paulo!
Essa história é emocionante, mas nos deixa
insatisfeitos. Por que Paulo não exigiu que o escravo fosse libertado, em vez
de acolhido como irmão, continuando escravo? Aliás, a mesma pergunta surge ao
ler outros textos do Novo Testamento (1Cor 7,21; 1Pd 2,18). Por que o Novo
Testamento não condena a escravidão?
A humanidade leva tempo para tomar consciência de
certas incoerências, e mais tempo ainda para encontrar-lhes remédio. A
escravidão, naquele tempo, podia ser consequência de uma guerra perdida ou uma
forma de compensar as dívidas contraídas. Imagine que se resolvesse desse jeito
a dívida do Brasil! Seríamos todos vendidos (se já não é o caso…).
Na Antiguidade, a escravidão fazia parte da
estrutura econômica. Na Idade Média, com os numerosos raptos praticados pelos
piratas mouros, surgiram até ordens religiosas para resgatar os escravos e, se
preciso, tomar o lugar deles. Apesar disso, ainda na Idade Moderna, a Igreja
foi conivente com a escravidão dos negros. A consciência moral cresce devagar,
e mudar alguma coisa nas estruturas é mais demorado ainda, porque depende da
consciência e das possibilidades históricas. As estruturas manifestam
lentamente, com clareza, a sua injustiça, e então levam séculos ainda para
transformá-las.
Porém, a lição de Paulo nos ensina que, não
obstante essa lentidão histórica, devemos viver desde já como irmãos,
vivenciando um espírito novo que vai muito além das estruturas vigentes e que –
como uma bomba-relógio – fará explodir, cedo ou tarde, a estrutura injusta.
Novas formas de convivência social, voluntariados dos mais diversos tipos,
organismos não governamentais, pastorais junto aos excluídos – a criatividade
cristã inventa mil maneiras para viver já aquilo que as estruturas só irão
assimilar muito depois.
Essa é uma forma da sabedoria do Reino, não para
construir um templo ao modo de Salomão, mas o templo de pedras vivas,
fundamentado em Cristo.
Dermeval Neves
Fonte de Pistas para Reflexão:
Pe. Johan Konings, sj - Nascido na Bélgica, reside
há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e
licenciado em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de
Leuven (Lovaina). Atualmente é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo
Horizonte. Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da
liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e
formação dos fiéis – anos A - B - C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor
e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje.
E-mail: konings@faculdadejesuita.edu.br
Roteiro Homilético da Revista Pastoral da
Paulus: http://vidapastoral.com.br/roteiros
Fonte dos Comentários das Leituras:
Site Presbíteros - http://www.presbiteros.com.br/site/
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