sábado, 7 de setembro de 2013

PISTAS PARA REFLEXÃO SOBRE A LITURGIA DE 08.09.2013

23º Domingo do Tempo Comum - 08/09/2013


1ª Leitura Sabedoria 9,13-18
Na leveza da fragilidade dos nossos pensamentos, reflexões e ações, se não tivermos a sabedoria de Deus, o seu Espírito Santo, quão pobre, mesquinha, e infrutífera será a nossa vida.

Salmo 89/90
A nossa vida passa rápida. Como planta formosa, em breve murcha e seca. Quem encontrou Jesus Cristo e O ama de todo o coração, assumindo a cruz, chega à sabedoria do coração.

2ª Leitura Filêmon 9-10.12-17
Paulo esquece-se das suas necessidades e do seu sofrimento para pensar em Onésimo. Que nunca o peso da nossa dor ofusque o nosso olhar no sofrimento dos irmãos. Que levar a cruz seja servir, amar, dar a vida!

Evangelho Lucas 14,25-33
Para seguir Jesus Cristo é preciso estar disponível e disposto ao compromisso com a sua Cruz. Responder ao Seu chamamento, segui-Lo e comprometer-se com Ele significa amar com ordem e de verdade. A partir dessa atitude todo o amor se manifesta genuíno.



Sugestão de páginas para estudo e compreensão da Liturgia Dominical:

Evangelho do Dia:   http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm
Roteiro Homilético:  http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_roteiro.htm
Homilias e Sermões com Comentário Exegético:
                                       
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0169.htm
Vídeo YouTube:        http://www.youtube.com/watch?v=wH1FtTDhjl8

MISSA ONLINE (disponível no domingo de 00h00 às 23h00):                                                                                        http://www.npdbrasil.net.br/tvNPD.htm


PISTAS PARA REFLEXÃO

– Os cristãos e as estruturas sociais:

"Se Deus só serve para deixar tudo como está, não precisamos dele", palavras de uma agente da educação popular. O Deus que é apenas o arquiteto do universo, mas fica impassível diante da injustiça dos habitantes de sua arquitetura, não tem relevância alguma. O cristianismo serve ou não para mudar as estruturas da sociedade?

São Paulo tinha um amigo, Filêmon. Este – como todos os ricos de seu tempo – tinha escravos, que eram como se fossem as máquinas de hoje. Um dos escravos, sabendo que Paulo tinha sido preso, fugiu do dono, Filêmon, para ajudar Paulo na prisão. Paulo o batizou ("o fez nascer para Cristo"). Depois, mandou-o de volta a Filêmon, recomendando que este o acolhesse não como escravo, mas como irmão. Mais: como se ele fosse o próprio Paulo!

Essa história é emocionante, mas nos deixa insatisfeitos. Por que Paulo não exigiu que o escravo fosse libertado, em vez de acolhido como irmão, continuando escravo? Aliás, a mesma pergunta surge ao ler outros textos do Novo Testamento (1Cor 7,21; 1Pd 2,18). Por que o Novo Testamento não condena a escravidão?

A humanidade leva tempo para tomar consciência de certas incoerências, e mais tempo ainda para encontrar-lhes remédio. A escravidão, naquele tempo, podia ser consequência de uma guerra perdida ou uma forma de compensar as dívidas contraídas. Imagine que se resolvesse desse jeito a dívida do Brasil! Seríamos todos vendidos (se já não é o caso…).

Na Antiguidade, a escravidão fazia parte da estrutura econômica. Na Idade Média, com os numerosos raptos praticados pelos piratas mouros, surgiram até ordens religiosas para resgatar os escravos e, se preciso, tomar o lugar deles. Apesar disso, ainda na Idade Moderna, a Igreja foi conivente com a escravidão dos negros. A consciência moral cresce devagar, e mudar alguma coisa nas estruturas é mais demorado ainda, porque depende da consciência e das possibilidades históricas. As estruturas manifestam lentamente, com clareza, a sua injustiça, e então levam séculos ainda para transformá-las.

Porém, a lição de Paulo nos ensina que, não obstante essa lentidão histórica, devemos viver desde já como irmãos, vivenciando um espírito novo que vai muito além das estruturas vigentes e que – como uma bomba-relógio – fará explodir, cedo ou tarde, a estrutura injusta. Novas formas de convivência social, voluntariados dos mais diversos tipos, organismos não governamentais, pastorais junto aos excluídos – a criatividade cristã inventa mil maneiras para viver já aquilo que as estruturas só irão assimilar muito depois.

Essa é uma forma da sabedoria do Reino, não para construir um templo ao modo de Salomão, mas o templo de pedras vivas, fundamentado em Cristo.

Dermeval Neves

Fonte de Pistas para Reflexão:
Pe. Johan Konings, sj - Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e licenciado em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Leuven (Lovaina). Atualmente é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A - B - C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje.
Roteiro Homilético da Revista Pastoral da Paulus: http://vidapastoral.com.br/roteiros  

Fonte dos Comentários das Leituras:



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