segunda-feira, 25 de novembro de 2013

MÃE DE PREMATURO

Desconheço a autoria do texto abaixo, mas como se trata de uma situação que muitas mães já enfrentaram em suas vidas, resolvi postar aqui para uma reflexão do poder do amor de MÃE.

Dedico esta postagem à minha querida nora Renata e a meu filho Fábio, que juntos passaram por essa situação e que pela graça de Deus estão cuidando muito bem do meu netinho Jonas, que hoje completou um mês de uma existência já vitoriosa.

A todas as mães que passam ou que passaram por isto dedico o meu carinho e desejo-lhes uma vida muito feliz cuidando de suas crianças, com todo o amor que Deus lhes permita.

Dermeval Neves (24.11.2013)


MÃE DE PREMATURO


Eu sou mãe de um bebê Prematuro.

E ser mãe de Prematuro é ser pega pela surpresa e o despreparo.

É não segurar seu filho nos braços quando nasce. É olhar pela incubadora. É sentir sua cria pela ponta dos dedos esterilizados em álcool gel.

Ser mãe de Prematuro é ser viciada no monitor. E ver seu filho respirando por aparelhos com sensores medindo o que há de vida na sua criança. São os benditos 88% de saturação.

É tirar leite na máquina. É ver o leite entrando pela sonda. E torcer para a quantidade aumentar todo dia.

É ter paranoia com o processo ganha/perde de peso diário. Num dia ganha 10 gramas e no seguinte perde 15. Isso é um desespero.

É se incomodar com as aspirações e manobras, mas saber que é um mal necessário. É ver picadas e mais picadas para exames e não respirar enquanto o resultado não aparece. É chegar ao hospital com o estomago em cambalhotas com medo do que vai ouvir do pediatra.

Para ser mãe de UTI tem que virar pedinte e mendigar todo dia uma boa notícia. Mesmo que seja a bendita palavrinha “estável” - significa que não melhorou, - mas também não piorou.

E não se esquecer de agradecer o cocô e o xixi de cada dia. Sinal de que não tem infecção.

Mãe de Prematuro também tem rotina. UTI-casa-UTI de segunda a segunda. Sem descanso. E como é possível descansar?

Para ser mãe de Prematuro é preciso muita fé. Não importa a religião. Não tem padre, pastor, pai de santo. Não precisa de igreja, culto ou mesa branca.

Porque na hora do desespero é você e Deus. É joelho no chão do banheiro da UTI para pedir milagre, ou pedir que acabe o sofrimento. Haja fé. E só com fé.

É ser a Rainha da Impotência, por ver o sofrimento e a dor do seu bebê e simplesmente não poder fazer nada. Só confiar.

É bater papo com seu filho através da incubadora. E ter lágrima escorrendo pelo rosto todo dia por não poder sentir seu cheirinho e beijar seus cabelos.

Mas, ser mãe de prematuro é superação, é ter história para contar. É entender de um monte de doenças que ninguém nem imagina que existe.

É contar o tempo de um jeito diferente. Idade cronológica e idade corrigida. É difícil de entender.

É sair da UTI com festa e palmas. E deixar por lá amigos eternos e preciosos.

Toda mãe é um ser guerreiro por natureza. Mas a Mãe de Prematuro, precisa ser guerreira em dobro. E isso nos difere e ao mesmo tempo nos iguala.

Lutadoras, perseverantes, resilientes, frágeis a ponto de desabar a qualquer momento, mas com uma força absurda. Uma força que talvez venha de um útero vazio antes do tempo, assim são as mães dos bebês que nascem antes.


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