sexta-feira, 18 de abril de 2025

LEITURA ORANTE DA LITURGIA DIÁRIA - 18/04/2025

LEITURA ORANTE DA LITURGIA DIÁRIA

Cor Litúrgica: Vermelho
Sexta-feira Santa | Paixão do Senhor | 18/04/2025


Hoje é o dia mais silencioso e mais denso de toda a Liturgia da Igreja. A Sexta-feira Santa não é apenas um momento de luto ou dor: é o dia em que o Amor se entrega até o fim, o dia em que contemplamos o mistério mais profundo da fé cristã — a Cruz gloriosa de Jesus Cristo. Não há Missa, não há canto de glória, não há consagração: há silêncio, adoração e reverência diante do Cristo crucificado.

A Primeira Leitura, tirada do Livro do Profeta Isaías, nos apresenta o quarto cântico do Servo Sofredor. Ele é desprezado, esmagado pelas dores e ferido por nossas culpas, mas é por suas chagas que somos curados. Não abriu a boca diante dos que o matavam. Ele carrega os pecados do mundo e, com sua obediência, torna-se intercessor e redentor de todos nós.

O Salmo ecoa dos lábios de Cristo na cruz: “Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito”. É o salmo do justo abandonado, mas não desesperado. Mesmo esmagado pelo sofrimento, ele confia no Senhor, que é refúgio, força e salvação. A liturgia nos convida a fazer dessas palavras nossa própria oração de confiança diante das cruzes da vida.

A Segunda Leitura, da Carta aos Hebreus, proclama Jesus como o Sumo Sacerdote compassivo, que conhece nossas fraquezas porque passou por elas. Ele aprendeu a obediência pela dor, e com isso se tornou causa de salvação eterna. Na cruz, Ele é sacerdote e vítima, altar e sacrifício. Por sua entrega, temos acesso ao trono da graça.

No Evangelho da Paixão segundo João, vemos o Cristo Senhor que não perde o controle da história, mas que a conduz com majestade e mansidão. Ele se entrega livremente, protege os seus, acolhe a cruz e consuma sua missão com amor. Seu coração, transpassado pela lança, jorra sangue e água — a origem dos sacramentos, da Igreja, da nova criação.

Hoje é dia de contemplar. Não para lamentar, mas para adorar. Não para olhar apenas o sofrimento, mas para enxergar o amor que se doa sem medida. Diante da Cruz, calamos, nos ajoelhamos e agradecemos. Porque ali tudo foi consumado. E tudo, por amor a nós.

LITURGIA - PRIMEIRA LEITURA

Primeira Leitura (Is 52,13-53,12)
Leitura do Livro do Profeta Isaías


13 Ei-lo, o meu Servo será bem sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. 14 Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo - tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano -, 15 do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio, vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram. 53,1 Quem de nós deu crédito ao que ouvimos? E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor? 2 Diante do Senhor ele cresceu como renovo de planta ou como raiz em terra seca. Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. 3 Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele. 4 A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado! 5 Mas ele foi ferido por causa de nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes; a punição a ele imposta era o preço da nossa paz, e suas feridas, o preço da nossa cura. 6 Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo seu caminho; e o Senhor fez recair sobre ele o pecado de todos nós. 7 Foi maltratado, e submeteu-se, não abriu a boca; como cordeiro levado ao matadouro ou como ovelha diante dos que a tosquiam, ele não abriu a boca. 8 Foi atormentado pela angústia e foi condenado. Quem se preocuparia com sua história de origem? Ele foi eliminado do mundo dos vivos; e por causa do pecado do meu povo foi golpeado até morrer. 9 Deram-lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos, porque ele não praticou o mal nem se encontrou falsidade em suas palavras. 10 O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá descendência duradoura, e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor. 11 Por esta vida de sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu Servo, o justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. 12 Por isso, compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor; ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos pecadores.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

LEITURA ORANTE - LECTIO DIVINA

O que a Palavra diz?
Diante de nós está o quarto cântico do Servo Sofredor, uma das passagens mais sublimes e comoventes de toda a Sagrada Escritura. Isaías contempla profeticamente a figura de um Servo obediente, rejeitado, desfigurado, carregando sobre si as dores e os pecados do mundo. Ele é desprezado, golpeado, sem aparência nem atrativo, e ainda assim, é por suas feridas que somos curados.

O que a Palavra nos diz?
Este texto encontra sua realização plena em Jesus Cristo, cuja paixão celebramos hoje. O Servo é o Cordeiro manso, que não abre a boca diante dos que o matam; é o inocente que assume a culpa dos culpados; é o justo que oferece a vida pelos injustos. Ele não foi compreendido, mas foi exaltado. Ele foi humilhado, mas conduziu muitos à salvação. A lógica de Deus se revela em sua plenitude: o amor se manifesta na dor, e a glória passa pela cruz.

Ao ouvirmos essa leitura na liturgia da Sexta-feira Santa, não somos convidados a uma simples comoção, mas à contemplação. A cruz de Cristo nos revela a gravidade do pecado, mas também a grandeza da misericórdia. Ele assumiu o que era nosso, para nos oferecer o que é d’Ele: a paz, a reconciliação, a vida eterna.

Hoje, o silêncio diante da cruz não é vazio, mas cheio de sentido. É o silêncio dos reis mencionados por Isaías, que ficam pasmados diante daquilo que jamais ouviram. É o nosso silêncio, quando descobrimos que fomos amados até o fim, por um Deus que se deixou crucificar por amor.

O que a Palavra nos faz dizer?
Oremos: Senhor Jesus, Servo fiel do Pai, que te entregaste por nós, ferido por nossos pecados, cura-nos com tuas chagas. Ensina-nos a carregar nossas cruzes contigo e a reconhecer na tua paixão a maior prova do teu amor. Que, ao contemplar-te humilhado, aprendamos a amar como Tu amas. Amém.

LITURGIA - SALMO DO DIA

Salmo Responsorial Sl 30(31),2.6.12-13.15-16.17.25 (R. Lc 23,46)


— Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

— Senhor, eu ponho em vós minha esperança; que eu não fique envergonhado eternamente! Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel! 
— Tornei-me o opróbrio do inimigo, o desprezo e zombaria dos vizinhos, e objeto de pavor para os amigos; fogem de mim os que me veem pela rua. Os corações me esqueceram como um morto, e tornei-me como um vaso espedaçado.
— A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus! Eu entrego em vossas mãos o meu destino; libertai-me do inimigo e do opressor!
— Mostrai serena a vossa face ao vosso servo, e salvai-me pela vossa compaixão! Fortalecei os corações, tende coragem, todos vós que ao Senhor vos confiais!

LEITURA ORANTE - LECTIO DIVINA

O que o Salmo diz?
“Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.” Essas palavras, retiradas dos lábios do próprio Cristo no alto da cruz, tornam-se hoje nosso refrão e nossa oração. Este salmo é um lamento do justo perseguido, rejeitado, tratado como um “vaso espedaçado”. É uma oração que nasce do fundo da dor, mas que não perde a confiança. Em meio à vergonha, ao desprezo e à solidão, o salmista proclama: “Em vossas mãos entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel.”

O que o Salmo nos diz?
Neste dia em que contemplamos o Senhor crucificado, o salmo se realiza plenamente na vida de Jesus. Ele, o Inocente, foi desprezado, zombado, abandonado até pelos amigos. Na cruz, assumiu o opróbrio e o sofrimento dos justos de todos os tempos. E, ainda assim, confiou plenamente no Pai. Não resistiu com violência, mas entregou o espírito, em obediência amorosa, selando com sua morte a maior prova da fidelidade de Deus.

Essa oração nos convida a fazer o mesmo: entregar o que somos nas mãos do Pai. Em tempos de provação, quando nos sentimos quebrados, esquecidos ou rejeitados, somos chamados a confiar como Jesus confiou. A Paixão do Senhor nos ensina que, mesmo na escuridão, Deus não abandona os seus.

O que o Salmo nos faz dizer?
Oremos: Senhor, nas tuas mãos eu entrego minha vida, minha dor, minha história. Quando o sofrimento me envolver, lembra-me da tua cruz, e fortalece meu coração. Ensina-me a confiar como Tu confiaste, até o último suspiro. Amém.

LITURGIA - SEGUNDA LEITURA

Segunda Leitura (Hb 4,14-16;5,7-9)
Leitura da Carta aos Hebreus


Irmãos: 14 Temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. 15 Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. 16 Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno. 5,7 Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. 8 Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. 9 Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

LEITURA ORANTE - LECTIO DIVINA

O que a Palavra diz?
Nesta leitura solene, o autor da Carta aos Hebreus nos revela a verdadeira grandeza de Jesus: Ele é o nosso Sumo Sacerdote, não distante e inalcançável, mas próximo e compassivo, pois viveu entre nós, experimentou nossas dores e foi provado em tudo, exceto no pecado. Sua glória não o distancia de nós — ao contrário, ela se revela na humildade da cruz e na compaixão com os fracos.

O que a Palavra nos diz?
Cristo não fugiu da dor, mas ofereceu preces e súplicas com lágrimas, entregando-se completamente ao Pai. E foi nessa obediência dolorosa que Ele se tornou fonte de salvação eterna para todos que o seguem. O que o torna sacerdote único é o fato de que Ele mesmo se fez vítima. Ele intercede não de fora, mas a partir da cruz — lugar onde o céu e a terra se tocaram pelo amor.

Nesta Sexta-feira Santa, somos chamados a aproximar-nos do trono da graça com confiança. Não de cabeça baixa, como quem teme castigo, mas com o coração aberto, como quem sabe que será acolhido. O trono do Cordeiro é a cruz, e dela brotam misericórdia, perdão e nova vida.

O que a Palavra nos faz dizer?
Oremos: Senhor Jesus, Sacerdote compassivo e Salvador fiel, ensina-me a confiar em tua misericórdia mesmo nos dias de sofrimento. Que eu me aproxime de Ti com humildade e fé, sabendo que tua cruz me conduz ao trono da graça. Amém.

LITURGIA - EVANGELHO

Anúncio da Paixão de Cristo (Jo 18,1-19,42)


1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo João. Naquele tempo, 1 Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. 2 Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos.
3 Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas. 4 Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse: “A quem procurais?”
5 Responderam: “A Jesus, o Nazareno”. Ele disse: “Sou eu”. Judas, o traidor, estava junto com eles. 6 Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram por terra. 7 De novo lhes perguntou: “A quem procurais?” Eles responderam: “A Jesus, o Nazareno”.
8 Jesus respondeu: “Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem”. 9 Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito: “Não perdi nenhum daqueles que me confiaste”.
10 Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. 11 Então Jesus disse a Pedro: “Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?”
12 Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. 13 Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano. 14 Foi Caifás que deu aos judeus o conselho: “É preferível que um só morra pelo povo”.
15 Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote. 16 Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do Sumo Sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro.
17 A criada que guardava a porta disse a Pedro: “Não pertences também tu aos discípulos desse homem?” Ele respondeu: “Não!”
18 Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19 Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento.
20 Jesus lhe respondeu: “Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. 21 Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse”.
22 Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo: “É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?” 23 Respondeu-lhe Jesus: “Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?”
24 Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o Sumo Sacerdote. 25 Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe: “Não és tu, também, um dos discípulos dele?” Pedro negou: “Não!”
26 Então um dos empregados do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse: “Será que não te vi no jardim com ele?” 27 Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou.
28 De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa. 29 Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse: “Que acusação apresentais contra este homem?”
30 Eles responderam: “Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!” 31 Pilatos disse: “Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei”. Os judeus lhe responderam: “Nós não podemos condenar ninguém à morte”.
32 Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer. 33 Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: “Tu és o rei dos judeus?” 34 Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?”
35 Pilatos falou: “Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?” 36 Jesus respondeu: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”.
37 Pilatos disse a Jesus: “Então, tu és rei?” Jesus respondeu: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.
38 Pilatos disse a Jesus: “O que é a verdade?” Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus, e disse-lhes: “Eu não encontro nenhuma culpa nele. 39 Mas existe entre vós um costume, que pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?”
40 Então, começaram a gritar de novo: “Este não, mas Barrabás!” Barrabás era um bandido. 19,1 Então Pilatos mandou flagelar Jesus. Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho, 3 aproximavam-se dele e diziam: “Viva o rei dos judeus!” E davam-lhe bofetadas.
4 Pilatos saiu de novo e disse aos judeus: “Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele crime algum”. 5 Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes: “Eis o homem!”
6 Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar: “Crucifica-o! Crucifica-o!” Pilatos respondeu: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum”. 7 Os judeus responderam: “Nós temos uma Lei, e, segundo esta Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus”.
8 Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9 Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus: “De onde és tu?” Jesus ficou calado. 10 Então Pilatos disse: “Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?”
11 Jesus respondeu: “Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior”. 12 Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam: “Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César”.
13 Ouvindo essas palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado “Pavimento”, em hebraico Gábata”. 14 Era o dia da preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: “Eis o vosso rei!” 15 Eles, porém, gritavam: “Fora! Fora! Crucifica-o!” Pilatos disse: “Hei de crucificar o vosso rei?” Os sumos sacerdotes responderam: “Não temos outro rei senão César”.
16 Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. 17 Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado Calvário”, em hebraico “Gólgota”. 18 Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio. 19 Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.
20 Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. 21 Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: “Não escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas sim o que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos judeus’”. 22 Pilatos respondeu: “O que escrevi, está escrito”.
23 Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto abaixo. 24 Disseram então entre si: “Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será”. Assim se cumpria a Escritura que diz: “Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica”.
Assim procederam os soldados. 25 Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26 Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. 27 Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”.
Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28 Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”.
29 Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30 Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

(Todos se ajoelham - Silêncio.)

31 Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz.
32 Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33 Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34 mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
35 Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. 36 Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: “Não quebrarão nenhum dos seus ossos”. 37 E outra Escritura ainda diz: “Olharão para aquele que transpassaram”.
38 Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus — mas às escondidas, por medo dos judeus —, pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39 Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido a Jesus de noite. Trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés. 40 Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar.
41 No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42 Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

LEITURA ORANTE - LECTIO DIVINA

Vamos agora à meditação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo João (18,1–19,42), proclamada na Sexta-feira Santa – 18 de abril de 2025, com silêncio no coração e profunda reverência diante do mistério da cruz:

O que o Evangelho diz?
A narrativa da Paixão segundo São João nos apresenta um Cristo que se entrega com plena consciência e majestade, mesmo diante do sofrimento e da morte. Ele não é uma vítima passiva, mas o Bom Pastor que oferece livremente a vida por suas ovelhas. Desde o momento da prisão no Horto até o último suspiro no Calvário, tudo está envolto por uma certeza: tudo está consumado.

Jesus enfrenta o abandono dos discípulos, a negação de Pedro, a violência dos soldados, a falsidade dos julgamentos, o desprezo da multidão e a brutalidade da cruz. Mas em cada gesto, em cada silêncio, há uma profunda obediência ao Pai e um amor sem medida pela humanidade. Seu reinado não é deste mundo, mas Ele reina do alto da cruz, coroado de espinhos, acolhendo os pequenos e perdoando os pecadores.

No auge da dor, Ele ainda se preocupa com os que ama: entrega Maria ao discípulo amado e entrega o discípulo à sua Mãe. Depois, já sem forças, clama: “Tenho sede”. Mas a sede de Jesus vai além da física: é a sede de almas, a sede de amor, a sede de nossa salvação. Por fim, com um brado sereno, Ele confia o espírito ao Pai. O véu se rasga. O coração é transpassado. E do lado aberto jorram sangue e água — símbolos do Batismo e da Eucaristia, os sacramentos que nascem do coração do Crucificado.

O que o Evangelho nos diz?
Contemplar a Paixão é reconhecer que ali se revela a verdade mais profunda do Evangelho: Deus nos amou até o fim. E ao sermos lavados por esse amor, somos chamados a amar do mesmo modo. Hoje, a cruz não é sinal de derrota, mas de vitória: por ela fomos curados, reconciliados, salvos. O silêncio que segue a morte de Jesus não é vazio, mas cheio de esperança: Ele entregou-se para que tivéssemos vida.

O que o Evangelho nos faz dizer?
Senhor Jesus, crucificado por amor, ensinai-me a amar como Tu amas. Que eu jamais fuja da cruz que me salva, e que a tua entrega me inspire a viver por Ti e pelos irmãos. Tudo está consumado... mas tudo também recomeça. Amém.

Que Deus te abençoe, hoje e sempre!

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